Pesquisar neste blogue

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Source of Sounds: "Invisible Landscape" de (aura)

 

Banda: (aura)
Nome do álbum: "Invisible Landscapes"
Ano: 2010
Nacionalidade: Portuguesa
Editora: Sinistre Valse Productions
Género: Ambiental/Experimental
Recomendado a: todos os fãs de post-rock e géneros experimentais, bem como a quem anseia por uma nova experiência musical
Nota: 8.5/10

Apesar de ser um álbum maioritariamente instrumental (a única excepção é a última faixa que tem voz), cada faixa de "Invisible Landscapes" de (aura) tem presente um conjunto de elementos (entre samples e sons) que vai além da tentativa de transmissão de emoções (como seria de esperar de qualquer arte, nomeadamente a música). O grande desafio do mentor de (aura) André Fernandes foi "contar" uma história, cuja descrição em imagens já existia. Trata-se de um conjunto de 10 magníficas imagens da autoria de José Ramos, as quais podem apreciar aqui

Se as fotografias de José Ramos primam pela beleza natural e nos presenteiam com belas paisagens, locais simples e com um toque de magia (tanto pela luz como pelo ambiente envolvente), a música de André Fernandes não lhes fica atrás e não é por acaso que em português o seu álbum se chama paisagens invisíveis, pois não me lembro de termo  melhor para o caracterizar. 

É possível embarcar simplesmente na apreciação da complexidade experimental que caracteriza a música de "Invisible Landscapes", mas é difícil que não se vão delineando na imaginação do ouvinte linhas condutoras de uma história ou os contornos de uma paisagem. Um dos elementos-chave para a caracterização musical das imagens e da respectiva história são os samples incluídos, nomeadamente sons da terra, da água, entre outros sons naturais, sendo também, obviamente, elementos das fotografias em que a composição se baseou. Contudo, estes são apenas o complemento que nos brinda rapidamente com uma imagem mental e é na música que encontramos emoções e texturas do universo mental que se desenvolve naturalmente.

Não vou abordar nenhuma faixa em especial, nem consigo indicar alguma como favorita. Todas as faixas de "Invisible Landscapes" constituem uma peça só, depois do contacto com o álbum (mesmo a última faixa cantada e longa que, numa primeira audição, possa parecer desenquadrada). É um álbum que se desenvolve muito à medida que o número de audições se repete, parecendo trazer elementos novos. Cada audição nunca é igual à anterior.

Sem um género musical definido, sem qualquer limite ou fronteira, (aura) traz-nos com "Invisible Landscapes" uma nova experiência musical que teve como ponto de partida o ambicioso desafio de aliar música à imagem. Escusado será mencionar novamente como foi bem sucedido e como a sua audição faz surgir um horizonte invisível e tão real no imaginário individual do ouvinte. 

Sem comentários:

Enviar um comentário